Minha trajetória profissional começou muito longe da Natureza e do mar… durante boa parte de minha vida trabalhei em serviços bancários e como corretora de seguros, até que em 2009 fundei uma pequena ONG no Rio Grande do Sul com a ajuda de alguns amigos para lutar contra a destruição de bosques urbanos em minha cidade, Canoas. Essa pequena ONG cresceu e se transformou no IBRACON – Instituto Brasileiro de Conservação da Natureza, que tenho o privilégio de presidir.

Além do Projeto Tubarões da Baía da Ilha Grande, que iniciamos em 2022 com recursos do Shark Conservation Fund e agora conta com a parceria vital da Petrobras, nós desenvolvemos uma campanha nacional em defesa dos gambás ou saruês, outros animais muito importantes, mas pouco compreendidos. No Tubarões da BIG, atuo como coordenadora voluntária apoiando as áreas administrativa e financeira. Sempre que posso me dedico a mergulhar, tanto para desfrutar da vida marinha como para conhecer operações de Ecoturismo que unem a conservação marinha à geração de emprego e renda para as comunidades costeiras.

Com mais de 30 anos de experiência como profissional de mergulho e reconhecido internacionalmente por suas contribuições à conservação marinha, Paulo Guilherme Alves Cavalcanti, mais conhecido como Pingüim, é um nome de destaque no cenário de mergulho e preservação. Premiado por seu trabalho pioneiro, ele é fundador e CEO do Centro de Estudos do Mar Onda Azul, além de co-fundador da campanha internacional Divers For Sharks, iniciativa que mobiliza mergulhadores em prol da proteção de tubarões.

No Projeto Tubarões da Baía da Ilha Grande, atua como Coordenador de Campo, unindo toda sua experiência e ações práticas para a preservação desses predadores essenciais aos oceanos.

Sou biólogo e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), onde também realizei meu mestrado e doutorado em Biologia Animal, com um período de doutorado sanduíche na The University of Queensland, na Austrália. Minha relação com o mar começou muito antes da vida acadêmica. Cresci no estado do Rio de Janeiro, cercado por uma paisagem onde o oceano se entrelaça com a serra, o que despertou em mim uma curiosidade natural pelos ecossistemas costeiros.

Durante a graduação, realizei pesquisas sobre comunidades de peixes em áreas de berçário, como manguezais e praias arenosas, buscando entender os fatores que estruturam estes ecossistemas tão importantes para o ciclo de vida de diversas espécies. Ao longo dos anos, ampliei meu foco para ambientes recifais, passando a utilizar sistemas de vídeo subaquático com iscas para observar peixes de médio e grande porte em diferentes habitats da Baía da Ilha Grande, região onde atuo desde 2005. Foi nesse contexto que me envolvi com o projeto Tubarões da Baía da Ilha Grande, motivado pelo desafio de compreender a ecologia dos tubarões galha-preta que agregam sazonalmente na região. Investigar como esses animais utilizam o ambiente e quais fatores favorecem a ocorrência desse fenômeno raro é, sem dúvida, o que mais me inspira. Hoje, buscamos aprofundar o conhecimento sobre a diversidade de tubarões na baía e destacar sua importância ecológica e para a conservação dos ecossistemas marinhos.

Maiara nasceu em uma pequena comunidade tradicional caiçara da Baía da ilha Grande e cresceu ouvindo historias dos avós e bisavós sobre a pesca artesanal. Desde muito nova já observava a dinâmica da pesca e da peixaria de seu pai, de onde veio o sustento para sua família e para os seus estudos. Em 2009 começou uma jornada que a levou para além dos mares: ingressou na faculdade de Biologia com graduação sanduíche na Pensilvânia (EUA).

Em 2017, em parceria com a Divers for Sharks, concluiu seu projeto final do curso levantando dados sobre a ocorrência do tubarão mangona na Baia da Ilha Grande junto com a percepção dos pescadores locais. Em 2022 foi convidada para ingressar na equipe do Projeto Tubarões da Baia da Ilha Grande, e desde então continua seu aprendizado sobre o modo de vida nas comunidades locais, e contribui para o sucesso do Projeto conectando ciência e saberes tradicionais.