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Os Tubarões

Importância

Importância

Importância

Os tubarões e raias existem no planeta há pelo menos 450 milhões de anos – são mais antigos do que as árvores! -, com uma distribuição ampla em todos os mares do planeta. Juntamente com as arraias e quimeras, são peixes cartilaginosos, ou seja, não possuem esqueleto ósseo como os demais peixes, e sim um esqueleto de cartilagem.

Os tubarões há muito são retratados, de forma errada, como predadores aterrorizantes das profundezas, mas na verdade, ao mesmo tempo em que os incidentes envolvendo humanos são pouquíssimos ao redor do mundo, eles são os guardi��es essenciais da saúde do Oceano. Esses predadores do topo da cadeia alimentar desempenham um papel crucial na manutenção do delicado equilíbrio dos ecossistemas marinhos, contribuindo de maneiras que podem nos surpreender, desde a regulação das populações de presas até a manutenção dos ambientes prosperando. Aqui listamos algumas razões pelas quais devemos preservá-los, para nosso próprio benefício.

Os tubarões desempenham um papel crucial na manutenção da saúde dos ecossistemas oceânicos. Como predadores de topo, eles ajudam a manter o equilíbrio, atacando animais doentes, fracos ou superabundantes - incluindo peixes, mamíferos marinhos e outras formas de vida oceânica. Esse controle natural da população evita que qualquer espécie cresça muito e desequilibre o ecossistema. Quando o número de tubarões diminui, os efeitos cascata podem ser dramáticos. Por exemplo, em áreas onde os tubarões desapareceram, as populações de predadores de nível médio aumentam. Esses peixes, por sua vez, consomem herbívoros menores que normalmente pastam em algas. Sem o suficiente desses peixes herbívoros, as algas podem rapidamente dominar os recifes de coral ou os costões rochosos, tornando mais difícil para os corais e outros organismos crescerem e se recuperarem de estresses, como tempestades ou águas muito quentes.

Os tubarões ajudam a biodiversidade a prosperar. Ao manter as populações de presas sob controle, os tubarões indiretamente sustentam a biodiversidade e ajudam a proteger habitats. Sua presença garante que nenhuma espécie domine a cadeia alimentar - uma parte essencial da saúde do Oceano. Proteger os tubarões ajuda a preservar esse delicado equilíbrio, sustentando a vida desde os menores peixes até os maiores mamíferos marinhos e salvaguardando o futuro da nossa Amazônia Azul.

Os tubarões desempenham um papel vital em manter as populações de peixes saudáveis e resilientes. Como predadores habilidosos, eles tendem a ter como alvo indivíduos fracos, doentes ou idosos - removendo aqueles com menor probabilidade de sobreviver e se reproduzir. Essa forma natural de seleção fortalece as populações de peixes ao longo do tempo, permitindo que os indivíduos mais aptos prosperem e transmitam seus genes. Ao abater os doentes e mais fracos, os tubarões também ajudam a prevenir a propagação de doenças e defeitos genéticos em cardumes de peixes. Sem tubarões, esses controles naturais seriam perdidos. Peixes insalubres ou propensos a doenças podem se multiplicar enfraquecendo a população como um todo e perturbando o delicado equilíbrio dos ecossistemas marinhos. Proteger os tubarões ajuda a garantir a saúde, a diversidade e a sustentabilidade de outras espécies de peixes, inclusive as de interesse comercial, a longo prazo.

Os tubarões contribuem para as economias das comunidades costeiras. Populações saudáveis de tubarões sustentam economias costeiras prósperas, principalmente ao estimular a pesca, mantendo as populações de outros peixes saudáveis e também por meio do Ecoturismo. Em muitas partes do mundo, as pessoas viajam especificamente para ter a chance de ver tubarões em seu habitat natural enquanto mergulham ou observam de embarcações - uma experiência que gera milhões de dólares anualmente para comunidades locais, operadores e empresas de Turismo, além de estimular a educação e conscientização das pessoas sobre a importância desses animais incompreendidos e ameaçados.

Ameaças

Ameaças

Ameaças

Sem nenhuma dúvida a maior ameaça aos tubarões é a sobrepesca, ou seja, a captura de um número de animais acima daquilo que a população pode suportar e repor.

Os tubarões são muito vulneráveis à sobrepesca. A maioria das espécies possui um ciclo de vida bem diferente do dos demais peixes: demoram muitos anos para atingir a idade reprodutiva, e produzem poucos filhotes de cada vez. Isso faz com que seja muito difícil ter uma pesca sustentável desses animais, e como resultado, nas últimas décadas os tubarões começaram a desaparecer dos mares no mundo tudo, levando diversas espécies à beira da extinção. No Brasil, cerca de um terço das espécies que tubarões e raias que ocorrem em nossas águas estão ameaçadas, incluídas na Lista Vermelha Oficial de Espécies Ameaçadas.

Áreas de berçário, como a Baía da Ilha Grande, são especialmente vulneráveis. Há evidências fortes de que a Baía da Ilha Grande serve como área de reprodução para pelo menos três espécies de tubarão, os galhas-preta (que na verdade na BIG podem, pertencer a duas espécies diferentes!) e as mangonas, estas criticamente ameac1adas de extinção. É provável que tubarões-martelo também se reproduzam na região.

A proteção dos tubarões contra a sobrepesca em seus berçários é essencial. Por isso mesmo, áreas protegidas como a Estação Ecológica de Tamoios, Unidade de Conservação federal administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, e que protege 29 ilhas e lajes e as águas de seus entornos na BIG, são refúgios vitais não só para os tubarões, mas também para outras espécies de cuja pesca dependem as comunidades de pesca artesanal. Respeitar e ajudar a proteger esses refúgios beneficia não só os tubarões, mas também as comunidades que dependem da pesca em seu entorno.

Quase 40% de todas as espécies de tubarões do planeta estão ameaçadas de extinção, e algumas delas, como os tubarões-martelo e a mangona, já tiveram suas populações reduzidas em torno de 90% pela sobrepesca.

O Projeto Tubarões da Baía da Ilha Grande trabalha para entender melhor a presença, a distribuição e o ciclo de vida dos tubarões na BIG, bem como para ampliar o conhecimento do público sobre essa difícil realidade que ameaça a sobrevivência dos tubarões, procurando, em conjunto com as comunidades costeiras, encontrar soluções que assegurem sua proteção.

Tubarões da Baía da Ilha Grande

As águas brasileiras abrigam pouco mais de 80 espécies de tubarões, e na região da Baía da Ilha Grande há pelo menos 10 espécies que podem ocorrer regularmente. O Projeto Tubarões da Baía da Ilha Grande bisca focar seu trabalho em ampliar o conhecimento e a proteção de três “tipos” de tubarões ameaçados e que provavelmente se reproduzem no interior da Baía ou no entorno dela: os galhas-preta, as mangonas e os tubarões-martelo.

Encontra-se criticamente ameaçada de extinção no Brasil. Historicamente, fêmeas adultas entravam na baía da Ilha Grande para parir seus filhotes, mas em anos recentes seus registros vêm sendo cada vez mais escassos. Possuem um corpo robusto, amarronzado, podendo chegar aos três metros de comprimento. Apesar da dentição assustadora, voltada para fora, são animais dóceis e tímidos, sendo regularmente visitados por mergulhadores na Austrália, África do Sul e Estados Unidos – algo que poderia ocorrer também na Baía da ilha Grande se lograrmos recuperar a sua população quase extinta. As fêmeas só procriam após atingir cerca de dois metros de comprimento e produzem somente um ou dois filhotes a cada dois anos, o que faz com que a espécie não suporte a pressão da pesca.

São considerados vulneráveis ou quase ameaçados de extinção por conta da sobrepesca. Mesmo assim, são os tubarões mais abundantes na Baía da Ilha Grande, sendo que o Projeto registrou em 2023 a maior agregação conhecida da espécie em águas brasileiras, na enseada da Piraquara de Fora, onde podem se reunir mais de 100 animais no outono e inverno, podendo ser observados mesmo de terra. São provavelmente fêmeas aguardando o momento de parir seus filhotes – entre 1 e 10 por gestação, sendo que os bebês permanecem em águas costeiras durante os primeiros anos de vida. Atingindo no máximo cerca de 2,8 metros de comprimento, em geral são observadores exemplares bem menores na região. São bastante tímidos e não se conhecem quaisquer registros de agressividade deles para os milhares de banhistas que frequentam as mesmas águas que eles na BIG todos os anos.

Estão entre as espécies de tubarão mais ameaçadas globalmente. Alguns pesquisadores estimam que cerca de 90% de todos os tubarões-martelo do planeta já foram exterminados pela sobrepesca. Alguns exemplares podiam chegar aos cinco metros de comprimento, sendo mais comum encontrá-los com cerca de 2,5m. Reproduzem-se apenas a partir desse tamanho, parindo poucos filhotes por gestação. Em nossas águas ocorriam em praticamente todo o Brasil, sendo cada vez mais raros os seus registros em anos recentes, com fêmeas adultas sendo capturadas na região costeira em redes principalmente no verão. Sua distribuição na região da Baía da Ilha Grande e entorno ainda é pouco conhecida. São tímidos e costumam evitar mergulhadores, muito embora haja uma forte geração de emprego e renda com o mergulho de observação em alguns países onde ainda ocorrem em quantidade, como as Bahamas, Costa Rica, Japão e Equador.